Fecho os olhos
e vejo a minha alma...
Grita, foge... sem lugar.
Espírito livre
preso às amarras da vida.
Dentro de mim há o contentamento
e a desilusão de ter conseguido
mas não ter chegado a lugar algum...
e a dúvida paira...
Sigo
mas não sei qual o meu passo...
Sonhos perseguidos sem lugar,
sem espaço para florescerem.
Refugio-me num mundo de lua,
céu estrelado e mar...
areal de ondas que levam
os sonhos banhados de azul e cinzento...
deixo uma lágrima para juntar ao teu sal. Talvez ela persiga um sonho...
que seja de um azul escuro intenso
e brilhe ao sabor da noite de Lua Cheia...
Fui simplesmente eu... e agora perco-me.
Cheguei a este mar
e o horizonte é tão infinito,
tão longínquo.
Sento-me à tua beira,
sinto-te e...
Fecho os olhos
Procuro a minha alma feita de sonhos...
ela passeia na areia junto ao mar
e ao sentir o cheiro da maresia
minha alma se faz ondas
de espuma branca e sonhos realizados...
Fico assim...
lá fora,
as ondas levam sonhos misturados em sal...
cá dentro há o meu mar,
os meus sonhos,
a minha noite estrelada ao luar...
e é tão bom perder-se
Fecho os olhos
e finjo que a vida é
um sol matinal a bater na janela...
só no meu interior
continua a valer a pena sonhar...
a vida é uma oportunidade
de perseguir sonhos...
conseguir alcançá-los...
mas por vezes
não há espaço para os viver.
Fecho os olhos...
Deixo a minha alma junto ao mar...